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Arquitetos: Takenaka Corporation
- Área: 3778 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Taizo Furukawa
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Fabricantes: Kunishiro Tiles, YKK AP

Descrição enviada pela equipe de projeto. O novo edifício acadêmico da Universidade de Artes de Kyoto, localizado do outro lado do campus principal, junto à Rua Shirakawa — uma das principais vias norte-sul da cidade —, está integrado a uma área com pequenos comércios locais e zonas residenciais. O edifício Sosho-kan foi projetado para dar vida ao recém-estabelecido departamento da universidade. O programa educacional de quatro anos em artes busca ser um espaço onde os estudantes possam aprender e, ao mesmo tempo, construir memórias e vínculos com colegas e professores.


Como arquitetos, a inspiração para dar vida a esse novo edifício veio das interações dinâmicas entre os alunos nos fragmentos de espaços abertos do campus principal existente — como as escadas externas que levam às salas de aula, áreas sombreadas próximas aos vestíbulos e pequenos recantos que naturalmente se tornam pontos de encontro. Com base na ideia de continuidade espacial e conexão com o exterior, buscamos criar uma sensação de comunidade e ampliar a percepção do entorno, permitindo que as memórias da vida no campus se prolonguem dentro do edifício de quatro andares. Queríamos que este se tornasse um lugar onde as lembranças da vida universitária pudessem se enraizar profundamente.

O edifício, construído em concreto armado revestido com tijolos, organiza-se em três camadas horizontais simples — áreas comuns, corredores e salas —, todas paralelas à Rua Shirakawa. A partir desse eixo, muros de tijolos com arcos simbólicos se projetam perpendicularmente, quebrando a linearidade do corredor central e criando aberturas que conectam interior e exterior, permitindo vislumbres das atividades cotidianas. A sequência contínua desses arcos compõe uma visualidade simbólica e marcante. Os cruzamentos se assemelham a vielas que atravessam o edifício, criando uma experiência em microescala de campus universitário ao aproximar salas de aula e espaços de convivência.






As áreas comuns na porção leste do edifício foram pensadas para estimular encontros espontâneos e promover um senso de pertencimento entre os estudantes. No centro do edifício, um grande átrio de quatro andares com claraboia em blocos de vidro funciona como núcleo de circulação, banhado por luz natural suave e indireta. As paredes de tijolo conectam interior e exterior, reforçando a continuidade espacial. No verão, o sistema de ventilação puxa ar fresco dos pavimentos subterrâneos, ajudando a reduzir a carga térmica externa. Em estações de transição, os sistemas de ar condicionado podem ser desligados para permitir ventilação natural. Essa estratégia reforça a conexão visual e ambiental com o exterior.




Na porção nordeste do edifício, os volumes são recuados para atender às exigências legais de insolação, criando pequenos terraços que funcionam como zonas de transição entre interior e exterior. Esses espaços abertos ampliam ainda mais o vínculo com a natureza e oferecem áreas informais de encontro. O terreno também se conecta a uma pequena rua perpendicular à Rua Shirakawa, funcionando como uma entrada acolhedora para o estacionamento subterrâneo de bicicletas. Este edifício de campus, embora compacto, estabelece uma ligação entre arquitetura e natureza, capturando momentos de interação e construindo um senso de comunidade ao longo dos quatro anos da vida estudantil.





























